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Todo fim é um abandono

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capa - Maria Carolina Godinho

Todo fim é um abandono é um romance de Fernanda Caleffi Barbetta, a ser lançado em novembro de 2022, pela editora Palco das Letras. 

Sinopse:

Em meados da década de 80, prestes a completar 15 anos, Izinha é aconselhada pela psicóloga a colocar sua história no papel, para que possa melhor compreender seu sentimento de inadequação. “Se você conta as coisas que aconteceram na sua vida, elas passam a fazer sentido”.

E é isso o que ela faz: conta, a começar pela perda da mãe, quando tinha oito anos incompletos e toda uma vida incompleta pela frente.

Mais do que listar os eventos em ordem numérica, o que essa contagem revelará é um inventário de abandonos, enganos e tentativas de redenção.

É possível contar o incontável?

Edição - Paula Giannini e Amauri Ernani

Leitura crítica - Bruno de Andrade Paula

Revisão e preparação de texto - Giselle Fiorini Bohn

brochura

268 páginas

Texto contracapa, por Paula Giannini, editora

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Texto orelha, por Giselle Fiorini Bohn, escritora

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Prefácio, por Sandra Godinho, escritora

Todo fim é um abandono, de Fernanda Caleffi Barbetta, é um romance de formação de estrutura experimental, escrito por uma autora que se mostra experiente na artesania de costurar palavras mantendo um equilíbrio perfeito entre forma e conteúdo. Ao leitor, cabe não se deixar enganar pela simplicidade da linguagem que, na verdade, esconde a violência da morte, e do enfrentamento da morte, que vai deixando rastros e marcas nessa matéria maleável que é um coração pueril. Izinha tem oito anos incompletos “e uma vida incompleta pela frente”.
“Tem vida que é uma solidão só. Tem vida que são várias”
Todo fim é um abandono impressiona pela habilidade da autora ao tratar de um tema sensível, o inventário de um luto, que Izinha é incapaz de processar em tão tenra idade e que a coloca em um limbo, pois se trata de uma herança que não se resgata, e que a faz pender entre o falseamento da memória e a incerteza de um futuro, as cicatrizes de uma ausência e o desalinho de uma nova existência em um outro estado e com uma nova família. Tudo é tecido por Fernanda Caleffi Barbetta com maestria impressionante de quem sabe usar as linhas e as entrelinhas.
“Se você conta as coisas que te acontecem, elas passam a fazer sentido” 
Todo fim é um abandono é uma história sobre sobrevivência e ressignificação. A contagem de Izinha, tão recorrente nessa trama, representa a fragmentação, e é regressiva, pois a morte é apenas o ponto de partida. O abandono é um abismo, mas também um estado encantatório que favorece a transfiguração: o que ela nunca foi para aquilo que ela pode ser, de substituta a legítima, de covarde a corajosa, sem desprezar o fato de que “é preciso muita coragem para ser covarde”. Todo fim é um abandono é uma história de descobrimento. E todo descobrimento é um renascer, mas não se esqueça, caro leitor, de que todo renascer é um abandono e, ao falar sobre abandonos, Fernanda Caleffi Barbetta é mestre e nos deixa muito bem acompanhados com esse romance magistral.

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